segunda-feira, 28 de março de 2011

Leite Materno Contaminado com Agrotóxico no Mato Grosso

Até quando os agro-negociantes vão continuar impunes?

A matéria abaixo fala de uma amostra com mães em Lucas do Rio Verde no Mato Grosso, após um acidente com um avião de pulverização. 
Mas a prática com agrotóxicos é intensa em todo o globo, e pesquisas apontam, que todas nós temos nossos peitos de leite contaminados. Já foram encontrados metais pesados até nos cordões umbilicais dos recém nascidos em vários países.

Precisamos tornar o planeta verde urgente. 
Pelo bem das nossas crianças.

Esses poderosos precisam ser punidos. 
Nós como consumidoras conscientes podemos, por exemplo boicotar produtos que utilizem agrotóxicos, mão de obra infantil, entre outras coisas.

Parece que estamos engessados não é? 
Sim estamos, mas podemos mudar o mundo sim. 
Se já tivemos forças para queimar soutiens, porque não dizer BASTA aos produtos nocivos ao meio ambiente?

É revoltante!

O Mato Grosso por exemplo é um estado lindo, mas tem a prática de monocultura, e queimadas intensivas para o pasto de gado. Você sabe porque o nome do Estado é Mato Grosso? 
Imagine!
Até a década de 70 o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul eram um único estado. Uma região de fauna e flora diversa e abundante. Hoje o que se vê nos dois estados são pasto e soja. 
Lá, existem dois setores, os donos das fazendas e os operários. 
E os donos das fazendas são os políticos que aprovam as leis.

Os grãos e a carne produzida lá, em parte são importadas e outra abastece o mercado interno. 
Ou seja, abastece a minha mesa, a sua e a do nosso restaurante preferido.

Não sou xiita de nada, mas eu não quero para os meus filhos esse futuro sombrio.

Porque as usinas atômicas do Japão, vão sim afetar o futuro deles. 
Porque o Mercúrio jogado nos rios vão deixá-los sem peixes. 
Porque muitos seres marítimos morrem entalados com lixo plástico.

Quando eu era criança, lá no Mato Grosso, eu via milhares de estrelas, hoje em dia duvido da maioria dos pontos luminosos que vejo no céu. 
Porque o homem não se contenta em sujar dentro de casa, ele precisa sujar também o seu quintal. 
O Espaço está lotado de latarias, chamadas satélites, para atender as milhares emissoras de tv e rádio, operadoras de telefonia, sem contar as missões espacias, etc e tal. Muitas dessas peças são lixos espaciais, não voltam para a terra. Ficam lá orbitando em torno da terra, gerando inclusive risco de colidir com algum satélite em funcionamento, e nos deixar sem conexão com a internet, telefones, ou Gps, só para ilustrar algumas possibilidades. Nem me refiro à toxidade dos mesmos, por ter total desconhecimento.

Eu não tenho a fórmula para mudar o mundo, mas ensaio pequenas atitudes consumindo só o necessário, adquirindo brinquedos e roupas de segunda mão, comprando dos produtores locais, dispensando sacolas e embalagens desnecessárias.


Precisamos de uma Ação Global. 
Foto Cintia Barenho
O que afeta aos japoneses, chilenos, russos e matogrossenses, afeta a mim também.

Leia abaixo trecho da entrevista com a pesquisadora que descobriu veneno no leite materno, Danielly Palma.

Fonte: Ví o Mundo, por Luiz Carlos Azenha

Viomundo – A sua pesquisa faz parte de um projeto maior?
Danielly Palma – Minha pesquisa foi um subprojeto de uma avaliação que foi realizada em Lucas do Rio Verde e eu fiquei responsável pelo indicador leite materno. Mas a pesquisa maior analisou o ar, água de chuva, sedimentos, água de poço artesiano, água superficial, sangue e urina humanos, alguns dados epidemiológicos, má formação em anfíbios.
Viomundo – E essas pesquisas começaram quando e por que?
Danielly Palma – Começamos em 2007. A minha parte foi no ano passado, de fevereiro a junho. Lucas do Rio Verde foi escolhido porque é um dos grandes municípios produtores matogrossenses, tanto de soja quanto de milho e, consequentemente, também é um dos maiores consumidores de agrotóxicos. Em 2006, quando houve um acidente com um desses aviões que fazem pulverização aérea em Lucas, o professor Pignati, que foi o coordenador regional do projeto, foi chamado para fazer uma perícia no local junto com outros professores aqui da Universidade Federal do Mato Grosso. Então, começaram a entrar em contato com o pessoal e viram a necessidade de desenvolver projetos para ver a que nível estava a contaminação do ambiente e da população de Lucas.
Viomundo – E qual é o nível de contaminação em que a população de Lucas se encontra hoje? O que sua pesquisa aponta?
Danielly Palma – Quanto ao leite materno, 100% das amostras indicaram contaminação por pelo menos um tipo de substância. O DDE, que é um metabólico do DDT, esteve presente em 100%, mas isso indica uma exposição passada porque o DDT não é utilizada desde 1998, quando teve seu uso proibido. Mas 44% das amostras indicaram o beta-endossulfam, que é um isômero do agrotóxico endossulfam, ainda hoje utilizado. Ele teve seu uso cassado, mas até 2013 tem que ir diminuindo, que é quando a proibição será definitiva. É preocupante, porque é um organoclorado que ainda está sendo utilizado e está sendo excretado no leite materno.
Viomundo – Foram essas duas substâncias as registradas?
Danielly Palma – Não, tem mais. Foi o DDE em 100% das mães [que estão amamentando]; beta-endossulfam  em 44%; deltametrina, que é um piretróide, em 37%; o aldrin em 32%; o alpha-endossulfam, que é outro isômero do endossulfam, em 32%; alpha-HCH, em 18% das mães,  o DDT em 13%; trifularina, que é um herbicida, em 11%; o lindano, em 6%.

Viomundo – E o que essas susbstâncias podem causar no corpo humano?
Danielly Palma – Todas essas substâncias tem o potencial de causar má formação fetal, indução ao aborto, desregulamento do sistema endócrino — que é o sistema que controla todos os hormônios do corpo — então pode induzir a vários distúrbios. Podem causar câncer, também. Esses são os piores problemas.
Viomundo – Você disse que as mães foram expostas há mais de dez anos. As substâncias permanecem no corpo por muito tempo?
Danielly Palma – Permanecem. No caso dos organoclorados, de todas as substâncias analisadas, o endossulfam é o único que ainda está sendo utilizado. Desde 1998 os organoclorados foram proibidos, a pesquisa foi realizada em 2010, e a gente encontrou níveis que podem ser considerados altos. Mesmo tendo sido uma exposição passada, como as substâncias ficam muito tempo no corpo, esses sintomas podem vir a longo prazo.
Viomundo – Durante a sua defesa de mestrado, em que essa pesquisa foi apresentada, os membros da banca ressaltaram o quanto você sofreu para realizar a pesquisa. Quais foram as maiores dificuldades?
Danielly Palma – A minha maior dificuldade foi em relação à validação do método. Porque, quando você vai pesquisar agrotóxicos, tem de ter uma precisão muito grande. Como são dez substâncias com características diferentes, quando acertava a validação para uma, não dava certo para outra. Então, para ter um método com precisão suficiente para a gente confiar nos resultados, para todas as substâncias, foi um trabalho que exigiu muita força de vontade e tempo. Foi praticamente um ano só para validar o método.
Viomundo – Essas mães que foram contaminadas exercem ou exerceram que tipo de atividade? Como elas foram expostas ao agrotóxico?
Danielly Palma – Das 62 mulheres que eu entrevistei, apenas uma declarou ter contato direto com o agrotóxico. Ela é engenheira agrônoma e é responsável por um armazém de grãos. Três mães residem na zona rural, trabalhando como domésticas nas casas dos donos das fazendas. É difícil dizer que quem está longe da lavoura não está exposto em Lucas do Rio Verde, pela localização da cidade, com as lavouras ao redor. Mas a maioria das entrevistadas trabalha no comércio, são professoras do município, algumas donas de casa, mas não são expostas ocupacionalmente. A questão é o ambiente do município.

Viomundo – Mas a contaminação se dá pelo ar, pela alimentação?
Danielly Palma -  A alimentação é uma das principais vias de exposição. Mas, por se tratar de clorados, que já tiveram seu uso proibido, então eu posso dizer que o ambiente é o que está expondo, porque também se acumulam no ambiente. No caso da deltametrina e do endossulfam, que ainda são utilizados, o uso atual deles é que está causando a contaminação. Mas, nos usos passados [dos agrotóxicos agora proibidos], a causa provavelmente foi a exposição à alimentação — na época em que eram utilizados — e o próprio meio ambiente contaminado.(continua...Leia a entrevista completa aqui)
Leia mais aqui.

domingo, 27 de março de 2011

Para os Momentos Intoleráveis

O Anel


Havia um rei muito poderoso que tinha tudo na vida, mas vivia inquieto, confuso. Resolveu então consultar os sábios do reino.

Disse-lhes:
- Não sei por que, sinto-me estranho e preciso ter paz de espírito.
É uma contradição, mas, quando estou alegre, sinto lá no fundo que falta alguma coisa. E sempre me desespero quando fico triste, como se o mundo fosse acabar amanhã. Não estou entendendo…

Os sábios resolveram dar um anel ao rei, desde que ele aceitasse certas condições. Debaixo do anel havia uma mensagem, mas o rei só deveria abrir o anel quando estivesse passando por um momento intolerável. Se abrisse apenas por curiosidade, a mensagem perderia seu significado.

Quando tudo estivesse perdido, a confusão fosse total, acontecesse a agonia e nada mais pudesse ser feito, aí o rei deveria abrir o anel.

Ele jurou a si mesmo que seguiria o conselho.

Um dia o país entrou em guerra e perdeu. Houve vários momentos em que a situação ficou terrível, mas o rei não abriu o anel porque ainda não era o fim. 
O reino estava perdido mas, quem sabe, poderia recuperá-lo. 
Fugiu do reino para se salvar. 
O inimigo o seguiu, mas o rei cavalgou até perder os companheiros e o cavalo. Seguiu a pé sozinho e os inimigos atrás, tanto que era possível ouvir o tropel dos cavalos. 
Os pés sangravam, mas ele tinha de continuar a correr.
O inimigo foi-se aproximando e o rei, quase desmaiado, chegou à beira de um precipício. 
Os inimigos cada vez mais perto e não há saída, mas o rei ainda pensa: “Estou vivo, talvez eles mudem de direção, a condição não está preenchida”.
O rei olha para o abismo e vê leões lá embaixo, não tem mais jeito.
Os inimigos o estão alcançando, então o rei abre o anel e lê a mensagem:
- Isto também passará.

Aí ele relaxa. 
Isto também passará. 
De uma forma natural, sem que o rei entendesse bem por que, o inimigo mudou de direção. 
O rei voltou a casa e, tempos depois, reuniu seus exércitos e reconquistou seu país. 
Houve grande festa, o povo dançou nas ruas e o rei ficou felicíssimo, chorou de tanta alegria, mas aí lembrou-se novamente do anel e da mensagem:
- Isto também passará.

Novamente relaxou e assim obteve a sabedoria e a paz de espírito.

terça-feira, 22 de março de 2011

O Processo Nosso de Cada Dia!

Bom Dia! Jardins do dia!

Estou em processo.

Adoro processo!

Estou em processo de ser Mulher, Mãe, Dona de Casa, Independente. Em processo de Ser e Estar. 
De desenvolver habilidades. 
Em processo criativo.


É bom demais estar em processo. 

Todos os dias acordo e percebo que hoje está melhor que ontem e que talvez eu regrida ao longo da semana ou do dia, mas que andar para traz é andar pra frente. 
Gosto de me sentir siri vez em quando.

Me sinto um caleidoscópio.

Gosto de processo!

Cada dia Ser e Estar diferentes e iguais.

Bom Dia e bom Processo pra você que está na nave terra aprendendo a Ser e Estar cada dia diferente e igual aos outros dias!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Oficina de Boneca Waldorf no Rio

Neste 01, 02 e 03 de Abril a arte educadora Nina Veiga estará no Rio, oferecendo uma oficina de boneca Waldorf no Jardim Escola Michaelis.

Serão 15 vagas.
A oficina visa

- Sensibilizar e ampliar a capacidade de observar a criança através do fazer artístico-antropológico da boneca.

- Possibilitar o contato com a concepção estética Waldorf do brinquedo.

- Conceituar as fases da criança e sua adequação ao brinquedo.

- Desenvolver a sensibilização manual e plástica através da construção da boneca.

- Confeccionar uma boneca de pano de 36 cm, seguindo a orientação da Educação Waldorf.

O Jardim Escola Michaelis fica à Rua Visconde de Caravelas, 20, Próxima a Furnas.

Informações e Reserva 

Maribel
21 9285 7018,

ou 
Nina Veiga Atelie JF, 
32 3231 6748,

Conheçam melhor o trabalho da Nina em http://www.ninaveiga.com.br/site/

Quem puder, ajude a divulgar.
Grata

quarta-feira, 16 de março de 2011

Selinhos

A Beca, do Blog A Mulher que Pariu, já me deu alguns selinhos.
Abre aspas, adoro o nome do seu blog, fecha aspas.
Ela está aqui todos os dias, comentando e curtindo. 
E eu grossa, nunca respondo aos selinhos.
Beca não é grosseria, é falta de tempo. O que não deixa de ser uma grosseria. :)
Gosto muito do seu carinho e suas visitas constantes.
Seja bem vinda sempre.
Só não vou conseguir responder às regrinhas de todos eles, mas vou indicar alguns Blogs que gosto muito.


Pra vocês muitas flores!
Beijo Enorme.




Roda de Mães, da Camila e da Érica, se não fosse a roda eu já teria rodado. Elas fazem um trabalho genial com mães. Nos ajudam muito a equilibrar pratinhos. Grata sempre Meninas!

Mãe de Duas, da Priscilla, a gente se conheceu virtualmente, numa web conferência da Escola Virtual para Pais

Por Enquanto, da Luciana, esse eu conheci agora e já me amarrei

A Mãe Sou Eu, da Gabi, a gente pariu com a mesma parteira, nossos filhotes tem idades semelhantes, está gravidíssima do segundo e é doula das boas


Mãe Solteira Recem Casada, da Marina, gosto do jeito que ela escreve, vez em quando estou lá.


Doce Barbara, da Ana, que acabou de parir em casa a Nina.


Jardim de Om, da Denise, doula querida. Que também já me deu selinho.


Eu com os quatro, da Ana Cristina, corajosa mãe de 4... minha fonte de inspiração.




e agora o selinho.
Beijos





terça-feira, 15 de março de 2011

Haja Lombar pra Aguentar!

Passando aqui rapidinho só pra dizer que minha lombar tá um arraso!
Dói do cóccix ao pescoço, de cima pra baixo, de baixo pra cima.

Afinal são quase 3 anos slingando por ai.
Carreguei o Francisco até a gravidez. E ainda, vez ou outra tenho que acalmar sua fúria ciumenta no wrap, nas costas. 
Pôxa! O bichinho tá com 13 k....

Além do Francisco teve um barrigão imenso e mais vinte quilos... 
A Catarina está em franco processo de fofura, vai fazer ainda 6 meses e está com 8 k. 

Hoje na rua, parei pra fazer um lanche e enquanto comia, Catarina mamava na kepina. 
Uma mulher me abordou: - nossa que grande! só no peito? e eu respondi: SIM! 
Ela falou: Vocês mentem pra mim! pra todas que pergunto, respondem a mesma coisa. A minha tem 5 meses já come de tudo e é um palito.... 
Nossa você consegue dar de mamar assim em pé! Eu nao! E ela mama, né? que legal esse pano!

Pausa dramática.
Riso amarelo.
Dor nas costas.
A conta e um táxi.

Foto Daqui
Caramba! 
Que saudades dos velhos tempos.

Tudo bem, eu nunca fiz o que a moça aí do lado faz, mas ao menos eu dançava, subia nos panos, nas tamancas e virava cambalhota. 
Agora nem levanto da cadeira.

O problema é que usei Kepina muito tempo, só vim conhecer o Wrap agora.
Pra quem não conhece a Kepina, é um pano amarrado com a mesma disposição do Sling, tem um apoio só. 
O Wrap abraça o corpo todo e apoia nos dois ombros. 
Muito melhor. 
Estou apaixonada!
Mas arrasada!

Amanhã eu volto.
Beijos

domingo, 13 de março de 2011

Caí no Mundo e Não Sei Como Voltar

Por Eduardo Galeano*


O que acontece comigo é que não consigo andar pelo mundo pegando coisas e trocando-as pelo modelo seguinte só por que alguém adicionou uma nova função ou a diminuiu um pouco…

Não faz muito, com minha mulher, lavávamos as fraldas dos filhos, pendurávamos na corda junto com outras roupinhas, passávamos, dobrávamos e as preparávamos para que voltassem a serem sujadas.

E eles, nossos nenês, apenas cresceram e tiveram seus próprios filhos se encarregaram de atirar tudo fora, incluindo as fraldas. Se entregaram, inescrupulosamente, às descartáveis!

Sim, já sei. À nossa geração sempre foi difícil jogar fora. Nem os defeituosos conseguíamos descartar! E, assim, andamos pelas ruas, guardando o muco no lenço de tecido, de bolso.

Nããão! Eu não digo que isto era melhor. O que digo é que, em algum momento, me distraí, caí do mundo e, agora, não sei por onde se volta.

O mais provável é que o de agora esteja bem, isto não discuto. O que acontece é que não consigo trocar os instrumentos musicais uma vez por ano, o celular a cada três meses ou o monitor do computador por todas as novidades.

Guardo os copos descartáveis! Lavo as luvas de látex que eram para usar uma só vez.

Os talheres de plástico convivem com os de aço inoxidável na gaveta dos talheres! É que venho de um tempo em que as coisas eram compradas para toda a vida!

E mais! Se compravam para a vida dos que vinham depois! A gente herdava relógios de parede, jogos de copas, vasilhas e até bacias de louça.

E acontece que em nosso nem tão longo matrimônio, tivemos mais cozinhas do que as que haviam em todo o bairro em minha infância, e trocamos de refrigerador três vezes.

Nos estão incomodando! Eu descobri! Fazem de propósito! Tudo se lasca, se gasta, se oxida, se quebra ou se consome em pouco tempo para que possamos trocar. Nada se arruma. O obsoleto é de fábrica.

Aonde estão os sapateiros fazendo meia-solas dos tênis Nike? Alguém viu algum colchoeiro encordoando colchões, casa por casa? Quem arruma as facas elétricas? O afiador ou o eletricista? Haverá teflon para os funileiros ou assentos de aviões para os talabarteiros?

Tudo se joga fora, tudo se descarta e, entretanto, produzimos mais e mais e mais lixo. Outro dia, li que se produziu mais lixo nos últimos 40 anos que em toda a história da humanidade.

Quem tem menos de 30 anos não vai acreditar: quando eu era pequeno, pela minha casa não passava o caminhão que recolhe o lixo! Eu juro! E tenho menos de ... anos! Todos os descartáveis eram orgânicos e iam parar no galinheiro, aos patos ou aos coelhos (e não estou falando do século XVII). Não existia o plástico, nem o nylon. A borracha só víamos nas rodas dos autos e, as que não estavam rodando, as queimávamos na Festa de São João. Os poucos descartáveis que não eram comidos pelos animais, serviam de adubo ou se queimava...

Desse tempo venho eu. E não que tenha sido melhor.... É que não é fácil para uma pobre pessoa, que educaram com "guarde que alguma vez pode servir para alguma coisa", mudar para o "compre e jogue fora que já vem um novo modelo".

Troca-se de carro a cada 3 anos, no máximo, por que, caso contrário, és um pobretão. Ainda que o carro que tenhas esteja em bom estado... E precisamos viver endividados, eternamente, para pagar o novo!!! Mas... por amor de Deus!

Minha cabeça não resiste tanto. Agora, meus parentes e os filhos de meus amigos não só trocam de celular uma vez por semana, como, além disto, trocam o número, o endereço eletrônico e, até, o endereço real.

E a mim que me prepararam para viver com o mesmo número, a mesma mulher, e o mesmo nome (e vá que era um nome para trocar). Me educaram para guardar tudo. Tuuuudo! O que servia e o que não servia. Por que, algum dia, as coisas poderiam voltar a servir.

Acreditávamos em tudo. Sim, já sei, tivemos um grande problema: nunca nos explicaram que coisas poderiam servir e que coisas não. E no afã de guardar (por que éramos de acreditar), guardávamos até o umbigo de nosso primeiro filho, o dente do segundo, os cadernos do jardim de infância e não sei como não guardamos o primeiro cocô.

Como querem que entenda a essa gente que se descarta de seu celular a poucos meses de o comprar? Será que quando as coisas são conseguidas tão facilmente, não se valorizam e se tornam descartáveis com a mesma facilidade com que foram conseguidas?

Em casa tínhamos um móvel com quatro gavetas. A primeira gaveta era para as toalhas de mesa e os panos de prato, a segunda para os talheres e a terceira e a quarta para tudo o que não fosse toalha ou talheres. E guardávamos...

Como guardávamos! Tuudo! Guardávamos as tampinhas dos refrescos! Como, para quê? Fazíamos limpadores de calçadas, para colocar diante da porta para tirar o barro. Dobradas e enganchadas numa corda, se tornavam cortinas para os bares. Ao fim das aulas, lhes tirávamos a cortiça, as martelávamos e as pregávamos em uma tabuinha para fazer instrumentos para a festa de fim de ano da escola.

Tuudo guardávamos! Enquanto o mundo espremia o cérebro para inventar acendedores descartáveis ao término de seu tempo, inventávamos a recarga para acendedores descartáveis. E as Gillette – até partidas ao meio – se transformavam em apontadores por todo o tempo escolar. E nossas gavetas guardavam as chavezinhas das latas de sardinhas ou de corned-beef, na possibilidade de que alguma lata viesse sem sua chave.

E as pilhas! As pilhas das primeiras Spica passavam do congelador ao telhado da casa. Por que não sabíamos bem se se devia dar calor ou frio para que durassem um pouco mais. Não nos resignávamos que terminasse sua vida útil, não podíamos acreditar que algo vivesse menos do que um jasmim. As coisas não eram descartáveis. Eram guardáveis.

Os jornais!!! Serviam para tudo: para servir de forro para as botas de borracha, para por no piso nos dias de chuva e por sobre todas as coisa para enrolar.

Às vezes sabíamos alguma notícia lendo o jornal tirado de um pedaço de carne! E guardávamos o papel de alumínio dos chocolates e dos cigarros para fazer guias de enfeites de natal, e as páginas dos almanaques para fazer quadros, e os conta-gotas dos remédios para algum medicamento que não o trouxesse, e os fósforos usados por que podíamos acender uma boca de fogão (Volcán era a marca de um fogão que funcionava com gás de querosene) desde outra que estivesse acesa, e as caixas de sapatos se transformavam nos primeiros álbuns de fotos e os baralhos se reutilizavam, mesmo que faltasse alguma carta, com a inscrição a mão em um valete de espada que dizia "esta é um 4 de paus".

As gavetas guardavam pedaços esquerdos de prendedores de roupa e o ganchinho de metal. Ao tempo esperavam somente pedaços direitos que esperavam a sua outra metade, para voltar outra vez a ser um prendedor completo.

Eu sei o que nos acontecia: nos custava muito declarar a morte de nossos objetos. Assim como hoje as novas gerações decidem ‘matá-los’ tão-logo aparentem deixar de ser úteis, aqueles tempos eram de não se declarar nada morto: nem a Walt Disney!!!

E quando nos venderam sorvetes em copinhos, cuja tampa se convertia em base, e nos disseram: ‘Comam o sorvete e depois joguem o copinho fora’, nós dizíamos que sim, mas, imagina que a tirávamos fora!!! As colocávamos a viver na estante dos copos e das taças. As latas de ervilhas e de pêssegos se transformavam em vasos e até telefones. As primeiras garrafas de plástico se transformaram em enfeites de duvidosa beleza. As caixas de ovos se converteram em depósitos de aquarelas, as tampas de garrafões em cinzeiros, as primeiras latas de cerveja em porta-lápis e as cortiças esperaram encontrar-se com uma garrafa.

E me mordo para não fazer um paralelo entre os valores que se descartam e os que preservávamos. Ah!!! Não vou fazer!!!

Morro por dizer que hoje não só os eletrodomésticos são descartáveis; também o matrimônio e até a amizade são descartáveis. Mas não cometerei a imprudência de comparar objetos com pessoas.

Me mordo para não falar da identidade que se vai perdendo, da memória coletiva que se vai descartando, do passado efêmero. Não vou fazer.

Não vou misturar os temas, não vou dizer que ao eterno tornaram caduco e ao caduco fizeram eterno.

Não vou dizer que aos velhos se declara a morte apenas começam a falhar em suas funções, que aos cônjuges se trocam por modelos mais novos, que as pessoas a que lhes falta alguma função se discrimina o que se valoriza aos mais bonitos, com brilhos, com brilhantina no cabelo e glamour.

Esta só é uma crônica que fala de fraldas e de celulares. Do contrário, se misturariam as coisas, teria que pensar seriamente em entregar à ‘bruxa’, como parte do pagamento de uma senhora com menos quilômetros e alguma função nova. Mas, como sou lento para transitar este mundo da reposição e corro o risco de que a ‘bruxa’ me ganhe a mão e seja eu o entregue...

*Eduardo Galeano é jornalista e escritor uruguaio.



PS: embora jovem mocinha, eu também sou desse tempo. 
Aliás no meu tempo Plutão era planeta.
E nem faz tanto tempo assim...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Tudo Ficará Bem! Será?

Estamos fazendo o melhor para as nossas crianças?


Assista a esse vídeo e depois me diga.










E pra quem gosta de ler a dica é:


"Honrar a Criança - Como Transformar esse Mundo" organizado por Raffi Cavoukian.





Livro essencial.











quarta-feira, 2 de março de 2011

Idade Escolar

A gente planeja, parto assim e assado e cozido. Faz Yoga, medita, pula onda, escolhe a dedos os brinquedos, tira a Tv da sala, acúcar nem pensar, visita todas as escolas do bairro, sutentabiliza daqui, sustentabiliza de lá.
Mil escolhas e gestos. 
Vai pro divã, se aconselha, direciona. 

Daí o filhote cresce e chega a hora de ir pra escola.
Lindo!
Mas em poucos dias, aquele exemplo de criança, se transforma em outras.

Imagem Daqui
Uma vez, uma professora de Yoga para gestante me ensinou um Mudra para a hora do parto.
O Mudra consiste em abraçar o polegar com os dedos e colocar as duas mãos entre o umbigo, respirar profundamente pelo nariz e soltar pela boca. Acalma que é uma beleza! Só tenho pensado nele. Mas esquecido de fazê-lo.

Eu tinha um menino lord. 
Agora tenho um gritão, birrento e chorão, que de lambuja resolveu cuspir para provocar.
Nem dá tempo de fazer o tal Mudra e já vem outra malcriação.

A gente faz de tudo. 
Quando a gente acha que está acertando, nova crise dos eternos 3 anos.

Dizem que passa.

Dúvida: Passa mesmo?

Outra Dúvida: Tem certeza que passa?

Mais Uma Dúvida: De verdade, passa?

Ainda Tenho Dúvida: hum... Esquece!

Que sufoco!

Enquanto a  crise não passa, estou tentando alguns Mudras, passes, reza forte... 
Quem sabe eu consiga descobrir algo milagroso.

Bom Dia à todos.

Antes que eu esqueça! 
O Blog está meio devagar porque estou preparando novidades. 
Em breve contarei pra vocês.

Beijo Grande




Está rolando um sorteio de MissCup no Blog "Mãe de Duas" da Priscilla Perlatti.
Boa Sorte!
http://mae-de-duas.blogspot.com/2011/03/coletor-menstrual-miss-cup-sorteio.html

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