segunda-feira, 28 de março de 2011

Leite Materno Contaminado com Agrotóxico no Mato Grosso

Até quando os agro-negociantes vão continuar impunes?

A matéria abaixo fala de uma amostra com mães em Lucas do Rio Verde no Mato Grosso, após um acidente com um avião de pulverização. 
Mas a prática com agrotóxicos é intensa em todo o globo, e pesquisas apontam, que todas nós temos nossos peitos de leite contaminados. Já foram encontrados metais pesados até nos cordões umbilicais dos recém nascidos em vários países.

Precisamos tornar o planeta verde urgente. 
Pelo bem das nossas crianças.

Esses poderosos precisam ser punidos. 
Nós como consumidoras conscientes podemos, por exemplo boicotar produtos que utilizem agrotóxicos, mão de obra infantil, entre outras coisas.

Parece que estamos engessados não é? 
Sim estamos, mas podemos mudar o mundo sim. 
Se já tivemos forças para queimar soutiens, porque não dizer BASTA aos produtos nocivos ao meio ambiente?

É revoltante!

O Mato Grosso por exemplo é um estado lindo, mas tem a prática de monocultura, e queimadas intensivas para o pasto de gado. Você sabe porque o nome do Estado é Mato Grosso? 
Imagine!
Até a década de 70 o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul eram um único estado. Uma região de fauna e flora diversa e abundante. Hoje o que se vê nos dois estados são pasto e soja. 
Lá, existem dois setores, os donos das fazendas e os operários. 
E os donos das fazendas são os políticos que aprovam as leis.

Os grãos e a carne produzida lá, em parte são importadas e outra abastece o mercado interno. 
Ou seja, abastece a minha mesa, a sua e a do nosso restaurante preferido.

Não sou xiita de nada, mas eu não quero para os meus filhos esse futuro sombrio.

Porque as usinas atômicas do Japão, vão sim afetar o futuro deles. 
Porque o Mercúrio jogado nos rios vão deixá-los sem peixes. 
Porque muitos seres marítimos morrem entalados com lixo plástico.

Quando eu era criança, lá no Mato Grosso, eu via milhares de estrelas, hoje em dia duvido da maioria dos pontos luminosos que vejo no céu. 
Porque o homem não se contenta em sujar dentro de casa, ele precisa sujar também o seu quintal. 
O Espaço está lotado de latarias, chamadas satélites, para atender as milhares emissoras de tv e rádio, operadoras de telefonia, sem contar as missões espacias, etc e tal. Muitas dessas peças são lixos espaciais, não voltam para a terra. Ficam lá orbitando em torno da terra, gerando inclusive risco de colidir com algum satélite em funcionamento, e nos deixar sem conexão com a internet, telefones, ou Gps, só para ilustrar algumas possibilidades. Nem me refiro à toxidade dos mesmos, por ter total desconhecimento.

Eu não tenho a fórmula para mudar o mundo, mas ensaio pequenas atitudes consumindo só o necessário, adquirindo brinquedos e roupas de segunda mão, comprando dos produtores locais, dispensando sacolas e embalagens desnecessárias.


Precisamos de uma Ação Global. 
Foto Cintia Barenho
O que afeta aos japoneses, chilenos, russos e matogrossenses, afeta a mim também.

Leia abaixo trecho da entrevista com a pesquisadora que descobriu veneno no leite materno, Danielly Palma.

Fonte: Ví o Mundo, por Luiz Carlos Azenha

Viomundo – A sua pesquisa faz parte de um projeto maior?
Danielly Palma – Minha pesquisa foi um subprojeto de uma avaliação que foi realizada em Lucas do Rio Verde e eu fiquei responsável pelo indicador leite materno. Mas a pesquisa maior analisou o ar, água de chuva, sedimentos, água de poço artesiano, água superficial, sangue e urina humanos, alguns dados epidemiológicos, má formação em anfíbios.
Viomundo – E essas pesquisas começaram quando e por que?
Danielly Palma – Começamos em 2007. A minha parte foi no ano passado, de fevereiro a junho. Lucas do Rio Verde foi escolhido porque é um dos grandes municípios produtores matogrossenses, tanto de soja quanto de milho e, consequentemente, também é um dos maiores consumidores de agrotóxicos. Em 2006, quando houve um acidente com um desses aviões que fazem pulverização aérea em Lucas, o professor Pignati, que foi o coordenador regional do projeto, foi chamado para fazer uma perícia no local junto com outros professores aqui da Universidade Federal do Mato Grosso. Então, começaram a entrar em contato com o pessoal e viram a necessidade de desenvolver projetos para ver a que nível estava a contaminação do ambiente e da população de Lucas.
Viomundo – E qual é o nível de contaminação em que a população de Lucas se encontra hoje? O que sua pesquisa aponta?
Danielly Palma – Quanto ao leite materno, 100% das amostras indicaram contaminação por pelo menos um tipo de substância. O DDE, que é um metabólico do DDT, esteve presente em 100%, mas isso indica uma exposição passada porque o DDT não é utilizada desde 1998, quando teve seu uso proibido. Mas 44% das amostras indicaram o beta-endossulfam, que é um isômero do agrotóxico endossulfam, ainda hoje utilizado. Ele teve seu uso cassado, mas até 2013 tem que ir diminuindo, que é quando a proibição será definitiva. É preocupante, porque é um organoclorado que ainda está sendo utilizado e está sendo excretado no leite materno.
Viomundo – Foram essas duas substâncias as registradas?
Danielly Palma – Não, tem mais. Foi o DDE em 100% das mães [que estão amamentando]; beta-endossulfam  em 44%; deltametrina, que é um piretróide, em 37%; o aldrin em 32%; o alpha-endossulfam, que é outro isômero do endossulfam, em 32%; alpha-HCH, em 18% das mães,  o DDT em 13%; trifularina, que é um herbicida, em 11%; o lindano, em 6%.

Viomundo – E o que essas susbstâncias podem causar no corpo humano?
Danielly Palma – Todas essas substâncias tem o potencial de causar má formação fetal, indução ao aborto, desregulamento do sistema endócrino — que é o sistema que controla todos os hormônios do corpo — então pode induzir a vários distúrbios. Podem causar câncer, também. Esses são os piores problemas.
Viomundo – Você disse que as mães foram expostas há mais de dez anos. As substâncias permanecem no corpo por muito tempo?
Danielly Palma – Permanecem. No caso dos organoclorados, de todas as substâncias analisadas, o endossulfam é o único que ainda está sendo utilizado. Desde 1998 os organoclorados foram proibidos, a pesquisa foi realizada em 2010, e a gente encontrou níveis que podem ser considerados altos. Mesmo tendo sido uma exposição passada, como as substâncias ficam muito tempo no corpo, esses sintomas podem vir a longo prazo.
Viomundo – Durante a sua defesa de mestrado, em que essa pesquisa foi apresentada, os membros da banca ressaltaram o quanto você sofreu para realizar a pesquisa. Quais foram as maiores dificuldades?
Danielly Palma – A minha maior dificuldade foi em relação à validação do método. Porque, quando você vai pesquisar agrotóxicos, tem de ter uma precisão muito grande. Como são dez substâncias com características diferentes, quando acertava a validação para uma, não dava certo para outra. Então, para ter um método com precisão suficiente para a gente confiar nos resultados, para todas as substâncias, foi um trabalho que exigiu muita força de vontade e tempo. Foi praticamente um ano só para validar o método.
Viomundo – Essas mães que foram contaminadas exercem ou exerceram que tipo de atividade? Como elas foram expostas ao agrotóxico?
Danielly Palma – Das 62 mulheres que eu entrevistei, apenas uma declarou ter contato direto com o agrotóxico. Ela é engenheira agrônoma e é responsável por um armazém de grãos. Três mães residem na zona rural, trabalhando como domésticas nas casas dos donos das fazendas. É difícil dizer que quem está longe da lavoura não está exposto em Lucas do Rio Verde, pela localização da cidade, com as lavouras ao redor. Mas a maioria das entrevistadas trabalha no comércio, são professoras do município, algumas donas de casa, mas não são expostas ocupacionalmente. A questão é o ambiente do município.

Viomundo – Mas a contaminação se dá pelo ar, pela alimentação?
Danielly Palma -  A alimentação é uma das principais vias de exposição. Mas, por se tratar de clorados, que já tiveram seu uso proibido, então eu posso dizer que o ambiente é o que está expondo, porque também se acumulam no ambiente. No caso da deltametrina e do endossulfam, que ainda são utilizados, o uso atual deles é que está causando a contaminação. Mas, nos usos passados [dos agrotóxicos agora proibidos], a causa provavelmente foi a exposição à alimentação — na época em que eram utilizados — e o próprio meio ambiente contaminado.(continua...Leia a entrevista completa aqui)
Leia mais aqui.

4 comentários:

  1. Bela, é triste demais esse mundo do agrobusines...
    Sabia que aqui em Maringá existe mais de 20 toneladas de BHC "perdidas" em pequenas propriedades rurais da região? O Ministério da Agricultura "enterrou" 8 toneladas desse veneno no pátio do escritório aqui em Maringá. A área fica ao lado de uma escola...
    Há dois anos um menino foi parar no hospital depois que ajudou o avô a passar BHC nos pés de caqui na pequena propriedade da família. Isso que o veneno está BANIDO! Imagina o que não fazem com os liberados para o uso..
    Triste.

    ResponderExcluir
  2. QUE ABSURDO!!! Precisamo fazer alguma coisa urgente!!!

    ResponderExcluir
  3. Nossa, revoltante. Que loucura!
    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/

    ResponderExcluir

Boa noite pra quem é de noite, bom dia pra quem é de dia!

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